Vamos combater más ideias, e não pessoas

18:41:00


Esse texto foi publicado originalmente no Facebook da Soonyoung Brasil, em dezembro de 2015.

Hoje, venho aqui como um fã, e não simplesmente como o dono da Soonyoung Brasil, e se prepara porque vai ter textão, sim, e sobre um assunto pra lá de chato, viu? Nos últimos três dias aconteceu a Like SEVENTEEN - Boys Wish, uma série de shows de natal, e no dia 25, Hoshi teve uma apresentação solo e seu retono não foi nada satisfatório.

Segundo relatos e uma fancam, a performance do garoto consistiu em uma dança sensual com uma dançarina de mãos amarradas e seus vocais que deram vida a uma música composta por ele mesmo. Ontem, alguns de vocês devem ter topado com comentários infelizes, dizendo que sua coreografia fazia apologia à cultura do estupro — alguns piores chegaram a chamar o Soon de estuprador. Tais comentários vieram de pessoas que assistiram apenas a fancam de tímidos 9 segundos.

Ainda é cedo para dizer se tal coreografia realmente faz certa apologia e o único vídeo divulgado até agora não chega aos pés das críticas negativas e acusações. Entretanto, ninguém que estava presente no show reproduziu os mesmos comentários até o momento da publicação deste texto. Logo, podemos acreditar que a coreografia em nenhum momento faz apologia à cultura no estupro. Então, não vamos tirar conclusões precipitadas, tá?

Um ponto que deve ser contestado é sua suposta letra. Quatro linhas surgiram na web: “Mesmo que você diga que não sou seu namorado / Mesmo que você diga que não é minha namorada / Você não vai a lugar algum porque você é minha / Você não vai a lugar algum porque sou o Hoshi”. A veracidade da letra ainda não foi confirmada, então, novamente, não tiremos conclusões precipitadas.

Também é válido ressaltar a possibilidade de que a coreografia + letra podem, na verdade, fazer referências ao BDSM (Bondage, Disciplina, Dominação, Submissão, Sadismo e Masoquismo). Sim, você não leu errado, e o BDSM é algo completamente diferente da cultura do estupro. Sendo assim, a apresentação brincaria com a ideia de dominador e submisso (por vontade própria mesmo).

Peço para que vocês não reproduzam aqueles mesmos comentários sem ao menos saber como de fato foi a apresentação. Também, não vamos atirar pedras no garoto com base em um trecho da letra da música que ainda não pode ser tido como verídico. MAS, caso a apresentação realmente transmita tal apologia ou a letra seja realmente aquela, peço para que entendam que, por mais sem intenção que fosse, a somatória destes dois elementos resultou em algo errado, muito errado.

Não podemos simplesmente dizer que não foi a intenção, ou “passar a mão na cabeça”. Se está errado, está. Caso passemos a mão na cabeça, o discurso “a favor” (ênfase nas aspas, por favor) da cultura do estupro ou o tom machista e a objectificação da mulher em sua letra só é reforçado, fazendo com que a luta contra estes maus da sociedade torne-se quase inválida.

Enfim, não vamos tirar conclusões precipitadas e sair espalhando ódio gratuito. Amamos Soonyoung, mas também não vamos acobertar os erros, caso cometidos e ainda que sem intenção. Vamos combater más ideias, e não pessoas. E esse pedido nem é valido apenas para o bias, e sim para vida.

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